Queixa contra o Estado português por tortura
A 17 de Maio de 2011, o
advogado e a família de Leonor Cipriano apresentaram
queixa ao
Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, com sede na
Suíça, contra o Estado Português por prática de brutal tortura contra a mãe
e contra o padrasto da criança Joana Cipriano, e informaram a
opinião pública disso
mesmo.
Em Outubro de 2011 Leonor Cipriano
escreveu às
mais altas autoridades do Estado a pedir uma reacção contra a tortura que
reconhecidamente foi vítima. Carta
encaminhada pelo seu advogado, perguntando:
"1 - O Governo
Português concorda com o uso de tortura por parte dos seus agentes?
2 - Em caso
negativo, o que faz para evitar tal prática?
3 - Em relação
às vítimas de tortura, comprovada em Tribunal mas sem efeitos práticos, como
é o meu caso, como pensa agir o Governo de Portugal?
4 - Considera o
Governo de Portugal que devem ser honrados os Tratados e Leis Internacionais
contra a tortura, de que é signatário o Estado Português, e em caso
afirmativo, ressarcidas as vítimas de tortura, nomeadamente, se necessário,
por via administrativa?
5 - Finalmente,
e mais importante de tudo, qual a posição do Governo de Portugal em relação
às investigações policiais sobre crianças desaparecidas, nas quais nenhuma
prova científica foi produzida, nem as crianças nunca foram encontradas
vivas ou mortas."
Relatório suplementar
Relato de inquérito sobre "caso
Joana", produzido pelo advogado Marcos Aragão Correia em Setembro de 2008,
complementa o primeiro trabalho de sua autoria que pode ler
AQUI
Justiça para Joana e Madeleine
Lagos, 3 de Maio, sábado, 14:30
Cartaz
Painel
Hotel Tivoli Lagos
Rua António Crisógono Santos - 8600-678 Lagos, Portugal
GPS: N 37º 06' 20,51'' , W 8º 40' 35,49'' Tel: (+351) 282 790 079 Fax:
(+351) 282 790 345
Os esforços investidos na tortura para incriminar culpados não fazem
justiça, nem permitem concentrarmo-nos na compreensão do que sejam as causas
do desaparecimento de crianças
Conferência de imprensa com a presença do professor de criminologia Barra da
Costa (que publicou um livro sobre os dois casos), dos advogados de Leonor e
de João Cipriano (mãe
e tio da Joana desaparecida no Algarve, condenados por homicídio da criança) e dos juristas da ACED Marcos
Aragão Correia (que desenvolveu esforços de investigação a título pessoal a
propósito do caso da menina inglesa) e José Preto (advogado atento aos
Direitos Humanos e ao Direito Europeu e Internacional).
- António Pedro Dores, Sociólogo; "Em
defesa das liberdades"
- Marcos Aragão Correia, Advogado; "A memória de Joana nas buscas
por Madeleine".
- Barra da Costa, Criminologista; "Medo, liberdades e investigação
criminal”
- José Preto, Advogado; "Liberdade
de expressão em Portugal"
- João Grade dos Santos, Advogado; "O valor da tortura nos
tribunais em Portugal"
- Sara Rosado,
Advogada; "O poder das falsas declarações dentro e fora dos
tribunais".
A pretexto do primeiro aniversário do desaparecimento da menina inglesa
Madeleine, apresentamo-nos publicamente para que se saiba da existência, em
Portugal, de forças interessadas em pressionar a justiça e os órgãos de
polícia criminal a mudarem de métodos, assegurando aos cidadãos o
cumprimento substantivo das normas legais em vigor na União Europeia.
Nomeadamente o modo como as informações são recolhidas deve passar a
obedecer a estritos critérios profissionais (e não através de tortura, por
exemplo, ou seleccionando a que dá jeito e deixando de lado a que não
convenha, classificando as fonte a priori) e de modo transparente (de
maneira a não tratar como inimigos os familiares e amigos das vítimas, nem
utilizar os media como campos de troca de favores e chantagens mútuas).
As transformações necessárias às mudanças no sentido acima traçado podem
permitir, no futuro, que deixe de se verificar a discriminação entre os pais
das crianças desaparecidas consoante a respectiva condição social, bem como
serão menos prováveis as interferências políticas nas investigações.
Ameaças recebidas foram
levadas ao
conhecimento da direcção da Polícia Judiciária, de quem se espera uma
resposta.
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