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2004-06-06
00:00:00 Preventiva: Processo de Pedofilia exalta
reclusos CAÇA ÀS BRUXAS NO EPL |
"Perseguições,
rusgas e ameaças são algumas das formas utilizadas pelos
guardas prisionais do Estabelecimento Prisional de Lisboa no
sentido dos presos preventivos desistirem da acção de protesto
que têm marcada para a próxima terça-feira", avançou ontem ao
CM António Pedro Dores, membro da direcção da Associação
Contra a Exclusão pelo Desenvolvimento (ACED). |
José
Barradas |
| "Existe uma espécie de caça às bruxas
dentro do EPL", sustentou o mesmo dirigente reconhecendo que o
clima de desânimo dos detidos foi agravado com a saída dos
presos preventivos do processo Casa Pia: Paulo Pedroso, Hugo
Marçal, Ferreira Diniz, Jorge Ritto, Carlos Cruz e Manuel
Abrantes.
Os reclusos dizem-se "revoltados com a
Justiça" por apenas os indivíduos com milhares de contos
conseguirem sair da prisão preventiva. Numa alusão ao processo
Casa Pia, numa carta-aberta a que o CM teve acesso, os detidos
referem que "os juízes e delegados do Ministério Público
continuam a privilegiar os indivíduos de colarinho branco,
onde os recursos e andamento do processo são resolvidos com
datas certas e precisas".
No sentido de abortar o
protesto dos presos preventivos, o dirigente da ACED precisou
ao CM que os guardas prisionais "dizem-lhes que eles podem ser
prejudicados em termos de torturas, ameaçando envolver os
detidos em situações de violência ou de tráfico de
estupefacientes na qual os guardas têm uma impunidade real e
concreta", diz António Pedro Dores.
O mesmo responsável
frisou que este clima de pressão foi já denunciado às
autoridades (Presidente da República, Ministério da Justiça,
Assembleia da República, procurador e provedor de Justiça) no
sentido de "os presos não serem impedidos dos seus direitos
cívicos".
"Os detidos defendem a introdução urgente da
reforma prisional anunciada em Fevereiro último com o
objectivo de impedir que um indivíduo permaneça três ou mais
anos na cadeia acabando por ser libertado sem culpa formada",
disse Pedro Dores.
"SOMOS SERES HUMANOS"
Na
carta-aberta, os presos garantem promover "um aviso sério ao
Governo" e lançam uma ameaça: "se não houver sinal de mudança,
os presos preventivos de todo o País vão unir-se numa luta
cívica e civilizada que poderá passar inicialmente por greves
de fome por tempo indeterminado".
No fim da missiva, o
grupo de reclusos esclareceu: "não somos assassinos, não somos
terroristas, não somos pedófilos. Acima de tudo somos seres
humanos". |
João
Saramago |
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Domingo, 6 Junho - aleixo Portugal no seu
melhor! Prendem-se as pessoas primeiro e depois investiga-se.
Polícias desonestos, corruptos, mandriões. Quem se rala? Ninguém! E
chamam a isto um país democrático e defensor dos direitos humanos?
Tenham vergonha. Continuamos na era da Inquisição...
- Joao Rodrigues Têm toda a razão, mas não lhes vale
de nada protestar. A justiça é uma farsa onde os critérios usados
são equivalentes à importância social dos arguidos. Pior que o
escândalo do crime é o escândalo com que a justiça tem tratado os
acusados da pedofilia. Os políticos querem é tacho e pouco se
importam com o Zé Povinho. Por isso dia 13 a abstenção é que vai
ganhar. É o voto de protesto que vai
imperar. | |
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