Mestrado em Ciências de Emergência

Estado actual da proposta do mestrado

Ciências de emergência é um conceito que permite e estimula a liberdade de investigação e de criação científica, a cooperação e diálogo entre várias disciplinas e várias epistemologias em torno dos fenómenos da emergência (próprios das sociedades de risco) e da emergência de fenómenos (próprios das sociedades em transformação).

O currículo é constituído a) por um tronco comum, b) unidades curriculares nucleares de duas disciplinas escolhidas pelos alunos e que constituem a característica de cada variante disponível, c) unidades curriculares optativas, d) seminário e dissertação sob a tutela de uma única disciplina.  

No segundo ciclo do ensino superior, tanto os docentes como os estudantes beneficiarão da articulação investigação-ensino ser organizada e intensificada não só a partir dos resultados alcançados por cada docente mas também estar ancorada no modo de organizar a relação dos docentes entre si e dos estudantes com as matérias a estudar.

O mestrado que aqui se apresenta constrói três níveis de interacção obrigatórios entre docentes (responsáveis individualmente pela liderança e organização de seminários e orientações dos 3º e 4º semestres, em função de propostas de investigação a planear com os alunos; responsáveis aos pares pela coordenação de todos os aspectos - pedagógicos, científicos, profissionais, de relacionamento com a vida social - de cada variante do mestrado que, por sua vez, associa, de modo ao mesmo tempo concorrente e cooperante, duas disciplinas científicas; contribuintes críticos dos programas das cadeiras de tronco comum).

O mestrado obriga cada estudante a desenhar o seu percurso próprio em ciências de emergência, optando primeiro por fixar as duas disciplina nucleares quando escolher a variante do mestrado; optando  no terceiro semestre por, de entre os dois seminários de apoio à produção da dissertação próprios da variante escolhida, aprofundar conhecimentos numa das disciplinas, que pode corresponder à sua formação de licenciatura ou não.

As emergências podem ser económicas - como o capitalismo e o crescimento económico de que é motor, embora sem os mesmos resultados ao nível da felicidade, cf. salienta a teoria da economia do bem-estar (ver referências) - ou socio-ecológicas - como os desastres (ver referências). As emergências tanto podem ser a urbanidade (frequentemente confundida e reificada com modernidade) como as incivilidades (frequentemente estigmatizadas como anormais, estranhas e estrangeiras).

Os problemas que colocam são tecnológicos (capacidade instrumental dos saberes humanos), de sustentabilidade (capacidade de harmonizar o modo de vida humano com a vida na Terra). São problemas de organização do tempo (história e prioridades daí para a frente), do espaço (ordenamento do território) e da vida (conservacionismo vs utopia) susceptíveis de ser abordados cientificamente de modo diverso consoante a disciplina e a interpretação que cada um faça da projecção das heranças cognitivas disciplinares para o futuro.

O processo conta com a aprovação dos docentes-investigadores aderentes tipicamente responsáveis, cada um, pelos programas de duas unidades curriculares (UC) de 24 horas de aulas para 6 ECTS na sua área disciplinar (uma introdução à disciplina no primeiro semestre e estudo de aplicações a emergências no segundo) e por um seminário na disciplina, no terceiro semestre, de apoio às dissertações, com vista a colaborar na formação científica de banda larga de profissionais de emergência (bombeiros, polícias, militares, animadores sociais e culturais, voluntários sociais, profissionais de saúde e do foro judicial, socorristas, missionários, agentes de desenvolvimento local, regional e global, profissionais de segurança e de segurança social, etc.).


Formaram-se duas zonas de convergências multidisciplinares:

a) Sociologia, política e direito

uma introdução por Zygmunt Bauman, La société ouvert et ses démons, 2005

b) Antropologia, arquitectura e socio-ecologia

duas introduções por Leonardo Boff, Tendência Suicida e Os limites do capital são os limites da Terra, ambos de 2009


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