Plataforma Não ao
Abuso Sexual de Crianças
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Petição |
Declaração de Lisboa |
BASTA
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Bispo dos
Açores apela à denúncia de abusos |
Autarca
Apanha Cinco Anos por Abuso Sexual de Menor |
Blog de reflexão sobre o
fenómeno em Portugal |
As
vítimas estão juridicamente identificadas
Tribunal faz prova da existência de dezenas de
vítimas do abuso sexual organizado na Casa Pia. Ler
AQUI.
Mitos e
Realidades
Temos consciência,
todos, da extensão insuportável dos maus-tratos a crianças que se verificam no
nosso país. Há ainda quem imagine que os mal-feitores vêm de fora, que são
estrangeiros ou alienígenas. É preciso dizer que não é assim!
Está dito
AQUI
Ler o texto preparado pela Associação das Mulheres
Contra a Violência
Manifestem-se, por exemplo através da subscrição da petição ao
Primeiro-Ministro e ao Ministro da Solidariedade em
http://new.PetitionOnline.com/nasc02/petition.html
PORQUE OS ABUSOS
CONTINUAM ...
NÓS MANIFESTAMO-NOS
MTV em luta contra o tráfico de pessoas
Excelente novidade.
Vejam.
Colaborem
DECLARAÇÃO DE LISBOA
Conferência Internacional – Abuso Sexual de Crianças
18 e 19 de Novembro de 2003
Considerando que:
- Todas as crianças têm o direito de ser
valorizadas, protegidas e a ter a oportunidade de crescer livres do abuso
sexual, da negligência e da violência,
- Portugal subscreveu e ractificou a Convenção
dos Direitos da Criança bem como outros Tratados Internacionais que
consagram a obrigação do Estado em assegurar a efectivação dos Direitos da
Criança, nomeadamente o Direito de Protecção e a um Desenvolvimento
Harmonioso.
Reconhecendo que:
- Todos os portugueses têm um papel relevante
a desempenhar na protecção das crianças;
- As instituições e serviços públicos nas
áreas judicial, policial e da saúde, as organizações cívicas ou
comunitárias, as escolas, as confissões religiosas, as empresas, bem como a
comunicação social, podem contribuir decisivamente para o desenvolvimento de
programas de prevenção, de intervenção e apoio às crianças e a todos(as)
sobreviventes de abuso.
Apelamos a que:
- O Presidente da República, o Parlamento e o
Governo assumam um papel activo, reconhecendo como uma prioridade nacional a
eliminação do abuso de crianças, incluindo, o abuso sexual, físico,
emocional e a negligência e em consequência disso sejam adjudicados os
recursos humanos, técnicos e financeiros para que se atinja esse objectivo;
- Se iniciem de imediato acções de prevenção a
nível nacional, através de campanhas, dos média e programas de prevenção nas
escolas;
- As instituições, as organizações e os
profissionais que prestam serviços às crianças recebam formação específica
na área da prevenção e detecção dos abusos e da violência, que o trabalho em
rede seja uma prática ao nível da intervenção local de forma a garantir
respostas mais eficazes de intervenção.
A Petição
http://www.petitiononline.com/naoabuso

As Organizações

ASSOCIAÇÃO CONTRA A EXCLUSÃO PELO DESENVOLVIMENTO
- ACED
novo site da ACED
site antigo URL:
http://aced.planetaclix.pt/
E-MAIL:
antonio.dores@iscte.pt

ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES CONTRA A VIOLÊNCIA
MORADA - AMCV
Al. D. Afonso Henriques, 78 -1º Esq. 1000-125 Lisboa
URL:
http://netfeminina.sapo.pt/J92/276923.html
E-MAIL:
amcvsede@mail.telepac.pt
TELEFONE: 21
387 45 48
FAX: 21 387 45
52

OPUS GAY
MORADA: OPUS
GAY, Rua da Ilha Terceira, N.º 34, 2º 1000-173 Lisboa
URL:
http://www.opusgay.org
E-MAIL:
geral@opusgay.org
TELEFONE: 21
315 13 96
FAX: 21 317 07
97

Abusos sexuais e abusos de poder
2004-06-01
O caso Casa
Pia tem, compreensivelmente, concentrado a atenção pública nos processos
judiciários. O secretismo judiciário, que alguns adjectivam traumática mas
fundadamente de inquisitorial, foi abalado na sua legitimidade, mas nem por
isso deixou de ser regra. A prioridade ao castigo contra os suspeitos ficou
evidenciada, para desprestígio geral da justiça, sem que nenhuma reacção
prática tenha tentado alterar o sistema vigente. O carácter conspirativo dos
processos de investigação penal, bem como dos processos de defesa que os
poderosos lhe possam opor, apaixonou, qual telenovela, a opinião pública.
O processo
penal serve, precisamente, para separar do campo político do executivo, do
legislativo e do representativo situações moralmente irreconhecíveis,
anormalidades, patologias sociais para as quais não haja receitas
conhecidas. O facto do processo judicial em Portugal ser muito longo dá
oportunidade aos restantes poderes de Estado reagirem, rectificando,
sistemas de prevenção e de detecção de problemas solidariamente com a
sociedade, entretanto mais facilmente mobilizável para causas relevantes,
neste caso, a protecção das crianças institucionalizadas.
O que
perturba no caso Casa Pia é a inércia irresponsável manifestada pelo Estado
português, não apenas perante as questões da judiciais mas também face à
evidência dos abusos organizados, sob a forma de negócios, em torno dos
problemas sociais. Porque é que Portugal é dos países do mundo com mais
sites pedófilos? Porque é que o Estado evita indemnizar as vítimas dos
abusos, por muitas que sejam – essa seria uma forma de as mobilizar para as
denúncias públicas que pudessem clarificar a dimensão do fenómeno? Será pela
mesma razão que o Estado encarregou a Casa Pia de tutelar os representantes
legais das vítimas... da Casa Pia? Quais as razões que levaram dois dos
advogados contratados a abandonar os seus postos? Porque não foram públicas
tais razões, já que públicos são os respectivos compromissos?
Independentemente dos resultados deste processo judicial, quem terá
paciência para acompanhar outros que se anunciam, a menos que tenham
arguidos famosos? Mais catorze processos judiciais, como se anuncia,
ajudarão, mais do que este, a ultrapassar as oportunidades de abuso contra
crianças internadas? Ou o efeito de normalização da problemática, pelo
cansaço e desorientação, remeterá para as campanhas eleitorais demagógicas e
populistas a discussão sobre a dimensão da pena e a gravidade do castigo dos
acusados, abandonadas que estão as crianças à sua sorte?
Os meios de
comunicação social têm, nesta fase, as suas responsabilidade. De não se
deixarem continuar a arrastar apenas pela paixão da contenda judicial e de
prestarem um serviço público inestimável: remeter para os responsáveis
políticos e institucionais o anúncio de acções preventivas úteis que, de
facto, têm sido escandalosamente descuradas. Cada vez mais o público
pergunta: e as vítimas?
Se uma das
lições tiradas deste processo é a vantagem prática de organizar sistemas
variados e flexíveis de avaliação independente das instituições a avaliar –
se isso estivesse implementado e credibilizado pelas instituições públicas e
pela comunicação social, as denúncias anteriores não teriam caído em saco
roto – então, o que há a fazer para romper com o status quo de
degradação e inércia moral vigente é estimular fortemente – através de
políticas específicas financeiramente dotadas de meios – a empregabilidade
em organizações cívicas livres e independentes, susceptíveis de resistirem
às ameaças dos interesses instalados. Lição como esta, afinal, conviria
também a resultados de outros processos perturbadores da moral social, onde
falta transparência e sobra oportunismo e abuso de poder.
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