Colóquio
“Desconfiança e Insegurança de Imigrantes em Portugal”
Desconfiança e insegurança de não nacionais
em Portugal
No desenho metodológico
inscrevemos “entrevistas não directivas” no espaço reservado à técnica
de investigação a privilegiar. Não previmos tanta resistência dos
entrevistados à nossa solicitação: “Fale-nos do que entende por Justiça”
ou “Relate-nos histórias que tenha protagonizado ou de que tenha
conhecimento directo sobre problemas de Justiça”.
A vulgar
bola de neve não funcionou. Com mais precisão, funcionou
significativamente menos do que se estava à espera, por comparação com
estudos com alvos nacionais; funcionou mal como noutros estudos
referenciados sobre não-nacionais; funcionou em alguns dos nossos casos,
em particular quando abordámos brasileiros.
Compreender esta
dificuldade generalizada dos brasileiros, africanos e europeus de leste
em colaborarem connosco, em aceitarem conversar connosco e também em
falar de Justiça, tornou-se indispensável.
O que é mais importante?
A situação pessoal de insegurança ontológica? O processo traumático de
adaptação a novas culturas? A instabilidade face a outras formas de
religiosidade? A precariedade económica? A desconfiança sobre as nossas
intenções? A desconfiança sobre a utilização da informação recolhida? A
interiorização de uma atitude geral de não colaboração? O encobrimento
de actividades pouco comuns em que estão envolvidos os próprios ou seus
parentes ou amigos? A situação eventualmente ilegal como estrangeiro(a)?
A precariedade da legalidade da sua situação como estrangeiro(a)? O
trauma de uma vida perseguida por chantagens e abusos da ordem do
inesperado? O empedernir dos sentimentos de solidariedade e colaboração
que não sejam utilitárias? Uma redução do metabolismo às necessidades
básicas, de modo a que as práticas cognitivas são secundarizadas? Será
esta situação de distanciamento uma característica da situação
portuguesa ou é uma dificuldade geral a qualquer abordagem a qualquer
tipo de imigrantes não nacionais?
Queremos multiplicar a
lista de perguntas e recolher alguns elementos de resposta para elas.
Pedimos ajuda a pessoas
experientes no contacto com imigrantes.
O coordenador do
programa
António Pedro Dores
Investigador do CIES/ISCTE
Organização:
António
Pedro Dores
Rita Penedo
Programa
Quinta-feira, 16 Outubro de 2003
Tema
9:30 –
11:00
Serviço
Estrangeiros e Fronteiras (Manuel Jarmela Palos, director do SEF) (não
compareceu)
Alta
Autoridade para a Imigração e Minorias Étnicas (convite declinado)
Obra
Católica das Imigrações (Rui Manuel da Silva Pedro)
Serviço
Jesuíta aos Refugiados (Rosário Farmhouse)
Transcrição
11:15 – 12:45
Associação
Caboverdeana (Drª Alcestina Tolentino)
Casa de
Angola (Henrique Mota)
Casa de
Moçambique (Drº Adriano)
Transcrição
14:30 – 15:45
Casa do
Brasil (não compareceu)
Associação
Guineense de Solidariedade (António Sá)
Assoc. de
Emigrantes de Leste (Filomena Vilas Raposo)
SOS-Racismo
(José Falcão)
Participação especial: Fernando Luis Machado
Transcrição
16:00 – 17:30
Comunidade
Ortodoxa Romena/ Igreja de S. Crispim (Marius Pop)
Padre
Brasileiro (José Rodrigues Filho)
Associação
S. Maximiliano Klobe/Chelas (convite declinado)
Transcrição
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