Módulos correspondentes às disciplinas para a 1ª edição

 

1º Semestre

 

Cadeira 5. Economia e Saúde Pública: Gestão do Trauma


Coordenador:

Prof. Doutor António Pedro Dores

 

Docentes:

Professor Doutor António Pedro Dores

Professor Doutor Francisco Camões

Professor Doutor Pedro Moreira

CARGA HORÁRIA

·       45 horas de escolaridade total

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

1º Módulo -  Paradigma económico e instituições de saúde - António Pedro Dores

Conhecimento e economia

Segundo Durkheim, há três tipos principais de abordagens científicas das sociedades modernidade: a sociologia, a psicologia e a economia. Com objectos e métodos de estudo diferentes entre si, a saber: a consciência colectiva como causa das regularidades sociais observáveis, a consciência individual como causa da vontade e da capacidade de diferenciação social dos indivíduos, a divisão de trabalho social estudada a partir dos seus resultados produtivos.

Na tradição de Conte, Émile Durkheim reconhece uma revolução no modo de pensar e de relacionamento social operada no século XIX a um nível metafísico. A lei evolutiva dos 3 estados sociais e mentais da humanidade (religião, filosofia e ciência, para simplificar) foi traduzida por Durkheim em dois tipos de solidariedade social (mecânica, mais simples, orgânica mais complexa). Há, portanto, dois planos de transformações que decorrem da ocorrência da modernização: emerge, na vertical, a possibilidade de elevação a uma nova vivência pessoal da humanidade (racional, pacificada, intelectualmente diligente) para cuja realização estão criadas as condições sociais (tecnologia, indústria, Estado, disponibilização e incentivos morais e jurídicos das e para as pessoas). Na horizontal, o desenvolvimento social e organizativo permite e exige o destaque de actividades integradas em organizações fechadas sob um comando próprio, soberano de um certo e limitado ponto de vista: o ponto de vista económico, já que no que às responsabilidades não económicas, tanto as pessoas como as organizações, continuavam a depender do Estado, cujo principal desígnio é o de garantir a coesão social e económica, a sintonização sistematizada das dinâmicas diferenciadas.

Os conhecimentos actuais permitem-nos elaborar com mais detalhe o modo como é possível “subir” em níveis de abstracção nos conhecimentos, incluindo os conhecimentos científicos de cariz universalista, a partir da bio-neurologia de António Damásio (2003) e da explicação dos mecanismos sociais de construção do Estado moderno de Norbert Elias (1990/1939). Em resumo, a multiplicação de processos de institucionalização bem sucedidos e estabilizados reforçaram e especializaram, sistematicamente, as linguagens que informalmente mediavam a hierarquização das relações sociais. Para que esse efeito vertical pudesse ter lugar teria de ser suportado numa proximidade das instituições entre si – através de elites centralizadas – capazes de se aliarem sem se aniquilarem mutuamente, em particular as elites que dividiram os poderes do Estado entre si (religiosas e guerreiras, aristocráticas e burguesas, funcionalismo e autoridades locais).

Os processos de diferenciação social horizontal (que criaram os diferentes mercados, os tempos de lazer, a infância e juventude como a velhice, os diferentes ministérios, etc.) acompanharam os processos de individuação, cf. Dumont (1985/1973), umas vezes por distinção daqueles mais ou menos aventureiros e venturosos que “da lei da morte se vão libertando”, a mais das vezes por necessidade de se assalariarem para terem direito à sobrevivência. Todas as vezes é uma oportunidade de emancipação, ainda que em condições adversas, para a qual o conhecimento de alto nível – ensinado ou auto-didacta – é tão fundamental como a sorte na vida.

Referências bibliográficas:

Boudon, Raymon (2005) "La sociología que interessa", Papers

Damásio, António (2003) Ao Encontro de Espinosa – As Emoções Sociais e a Neurologia do Sentir, Lisboa, Europa-América.

Dores, António Pedro (2005) “Os erros de Damásio” em Sociologia – problemas e práticas, nº 49, Oeiras, CIES/ISCTE Celta.

Dumont, Louis (1985/1973) Homo Aequalis I - Genèse et épanouissement de l´ideologie économique, Paris, Gallimard.

Durkheim, Émile (2002/1912) , As Formas Elementares da Vida Religiosa, Oeiras, Celta.

Elias, Norbert (1990/1939) O Processo Civilizacional, (Vol I e II), Lisboa, D. Quixote.

Hirschman, Albert O. (1997) As Paixões e os Interesses, Lisboa, Bizâncio.

Simmel, “Círculos Sociais” em Manuel Braga da Cruz, Teorias Sociológicas I, Lisboa FCGulbenkian

Tonnies, Ferdinand, “Sociedade e Comunidade” em Manuel Braga da Cruz, Teorias Sociológicas I, Lisboa FCGulbenkian

 Tradições durkheimiana e weberiana na teoria social.

 Mercado e organização – teorias económicas neo-clássicas e da regulação.

Catástrofe e violências - mercados e organizações.

Ideologia pacificadora e humanitarismos social e de mercado.

Estados de espírito, temporalidades sociais e saúde

Níveis e dimensões sociais – um modelo de análise

2º Módulo - Avaliação Económica de Custos de Acidentes - Francisco Camões

 

Economia e tempo - a escolha intertemporal.

 Incerteza e risco.

Tempo, incerteza e risco - o valor actual esperado.

Externalidades e bens públicos.

Avaliação de acidentes e de políticas de prevenção: aproximação pelo capital humano.

Avaliação de acidentes e de políticas de prevenção: aproximação pela avaliação contingente.

A análise custo-benefício.

Avaliar o incalculável - o valor da vida.

 

 

3º Módulo -  Gestão de Redes de Cooperação Inter-organizacional em contexto de emergência - Pedro Moreira

 

Análise comparativa das soluções organizacionais mais adequadas ao contexto de emergência.

Apresentação das dimensões, fases e níveis de análise do processo em rede: antecedente, governação, resultados e processo.

Referência ao estudo das redes inter-organizacionais em Portugal: factores de constrangimento e de facilitação.

 

Soluções Organizacionais em contexto de emergência – estudo de caso

Antecedentes, Governação, Resultados e Processo em rede

Cultura e Liderança em rede

Redes Inter-organizacionais em Portugal: factores de constrangimento e de facilicitação

 

 


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