Repensar a sociedade – uma proposta para virar costas ao maniqueísmo ideológico

Escapa à teoria dos movimentos sociais a explicação a) da respectiva génese, b) da articulação com o resto da sociedade c) da perversidade moral associada e d) a capacidade de entender o Fora Sociais Mundiais. Há fenómenos a que o senso comum designa por movimentos sociais mas a que falta ou lideranças ou projectos de gestão ou outra das condições sociologicamente requeridas para que uma acção social possa ser considerada verdadeiro movimento social.

A higienização teórica conforma a teoria social à selecção de conceitos previamente expurgados dos seus ambientes de operação, e impõe um maniqueísmo entre os mundos virtual e material que faz os objectos sociológicos distintos e alegadamente mais verdadeiros do que os próprios objectos sociais.

Na sociologia não é só o maniqueísmo entre o subjectivo e o objectivo, o espiritual e o material, o sentido pelas pessoas comuns e o sabido pelos mestres sociólogos, que distorce a realidade sociológica relativamente à realidade apresentada pela ideologia dominante. A teoria social está também profundamente marcada pelo maniqueísmo que distingue radicalmente entre a sociedade e o individuo.

Em época de profunda transformação política é a oportunidade de modernizar e actualizar a teoria social.

A diferença entre acção social e acção colectiva é que esta última difunde-se para além do efeito imediato: torna-se viral, como se diz agora a propósito das redes sociais. Transforma a sociedade de uma vez em vez de a mudar, como se pode chamar a miríade dos efeitos das acções sociais.

A lei da repetição universal de Tarde é uma ligação conceptual entre as teorias sociais e as ciências naturais (a geração (biológica), a ondulação (físico-química) e a imitação (social)). Desenvolvida mais tarde por Bateson com a noção cibernética de espírito natural.

Palvras-chave: movimentos sociais; acção social; teoria social; mudança social; espírito; sociedade

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