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A nossa missão: tipificar as naturezas sociais humanas Al Gore no filme “Uma Verdade Inconveniente” mostra como o facto “aquecimento global” é cientificamente incontroverso mas mediaticamente controvertido, por interferências – não o diz explicitamente o autor – dos movimentos cristãos fundamentalistas para quem a origem do nosso mundo não pode ser darwiniana porque isso seria contraditório com a descrição do Génesis da Bíblia. Uma aliança entre a Fé e o Império industrialista, que alguns viram retratada na posição “académica” do Papa sobre a violência que causou grande reacção do mundo muçulmano em Setembro de 2006, pretende ignorar, diz-nos Al Gore, o extraordinário aquecimento global, jamais vivido na Terra, depois do arrefecimento do planeta juvenil. Explica o ex-vice-presidente dos EUA como aquela aliança prefere, literalmente, o valor de muitas toneladas de ouro a ponderar os impactos da violência humana contra a natureza. A natureza humana não é em si má ou boa. O que tal natureza permite fazer é, além de exponenciar instrumentalmente as suas potencialidades de exploração do meio, regular moralmente a sua própria vida: escolher entre o que se pretenda ser mau e ser bom, e lutar socialmente por isso. Através da mente, através das instituições e através das vidas humanas, as bem vividas e as desperdiçadas. É suportável que uma criança faleça cada 3 segundos existindo disponibilidades materiais para a fazer sobreviver? É possível que a violência doméstica seja mais gravosa em termos das suas consequências do que as guerras? É razoável a organização da destruição do planeta, à procura de riquezas simbolizáveis em ouro? A humanidade actual responde sim a todas estas perguntas. Não consegue libertar-se da natureza industrial da civilização, da natureza capitalista do poder, nem da natureza mimética das pessoas. O trabalho científico serve para romper com o senso comum, para produzir dúvidas nas respostas consensualizadas que abram caminho a um não, que por sua vez despolete perguntas melhores. Naturezas Sociais O conceito de “natureza social” refere-se aos fundamentos da sociabilidade humana, aos motores que dirigem as pessoas umas para as outras, a que Durkheim chamou “ordem social” e Weber chamou “relações sociais”. Este conceito é desenvolvido e aplicado à maneira weberiana por José Luís Casanova, na tese de doutoramento apresentada em 2003 (publicada pela Celta), na perspectiva das naturezas modernas (operacionalizadas quantitativamente como “orientações sociais” proactivas e/ou solidárias). É também desenvolvido por António Pedro Dores (cf. apresentado neste site) na perspectiva das naturezas morais universais, cf. Durkheim procurou investigar no seu trabalho sobre as Formas Elementares da Vida Religiosa (operacionalizadas qualitativamente através de um espaço analítico específico e do resultado de sínteses fenomenológicas introspectivamente produzidas com o objectivo de incentivar à produção de uma tabela de estados-de-espírito essenciais, cf. Mendleiev apresentou uma tabela periódica para a Química). Trata-se de retomar as problemáticas clássicas de Durkheim sobre consciência colectiva (consciências corporativas, formação de consciências pela escola, moral social, consciência social, sociedade) em diálogo com temas como o “espírito do capitalismo” que Weber opôs à consciência de classe (“em si” e “para si”) de Marx. Trata-se de explorar fenómenos sociais tão persistentes e marcantes como a “paixão democrática dos povos” que está na base da acção social que implantou a modernidade, a democracia, o Estado, o Estado Social, com referência às naturezas sociais da espécie humana, tal e qual elas se manifestam (e reprimem) quotidianamente até se cristalizarem de forma mais ou menos precária em culturas e civilizações alternativas. Até agora identificaram-se dois estados-de-espírito, a juntar ao estado-nascente apresentado por Francesco Alberoni em Génese (editado pela Bertrand): o espírito proibicionista e o espírito de submissão, ambos em livro. ver Apresentação Figura – Sociologia quântica , neo-organicista e neo-positivista
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