Preso
italiano acusa de tortura organizada a alto nível o Estado português
O recluso Raffaele Cifroni
que
afirma ter razões para temer pela sua vida pelo facto de estar a
denunciar situações graves de que foi vítima.
Esta é uma forma, efectivamente, de impor às
autoridades uma maior vigilância sobre a segurança do recluso, já que o
Direito garante o direito de argumentar a denúncia de situações injustas
como assegura que não pode haver represálias por esse facto. Muito
menos, claro está, execuções extra-judiciais.
Com detalhe, o recluso, em prisão
preventiva, conta, em queixa dirigida à Inspecção da Direcção-geral das
prisões, os
comportamentos de que foi alvo por parte de um chefe de guardas e de
um guarda. O que, a confirmar-se, parece cair na definição jurídica do
que é tortura.
Infelizmente quando a tensão atinge níveis
como os que agora assistimos os riscos de desfechos contra direito e à
margem do direito existem. Esperamos que neste caso o Estado português
possa estar à altura das suas responsabilidades.
O caso de Raffaele Cifrone
é motivo de uma longa
contestação da situação de que permanecerá vítima nas cadeias
portuguesas. O próprio apresentou
queixa
contra as pessoas que alegadamente terão usado dos seus poderes para
colaborar com as torturas de que foi vítima, de cujos resultados há
fotos que estão juntas ao processo de queixa:
1,
2,
3,
4,
5 e
outras.
É realmente urgente
esclarecer cabalmente este caso para cujo efeito a ACED contribui
através da divulgação dos elementos que lhe chegaram. Colaborando
modestamente com o objectivo declarado do próprio de ver anunciado
publicamente aquilo que viveu aos cuidados da justiça portuguesa.
Para o efeito Raffaele
disponibilizou-se para oferecer informações que suportem os processos de
inquérito abertos na Procuradoria Geral da República contra a tortura, de
que foi vítima com outras pessoas.