Um caso de reincidência perpetuada
Trata-se da história de uma queixa de
um recluso sobre o facto, confirmado-desmentido, de ser mantido na
ignorância da sua situação penal interminável. O interesse de relatar a
história em documentos é mostra a indiferença das autoridades perante a
situação dos presos, sentindo-se mesmo haver uma justificação para as
trapalhadas "burocráticas" pelo facto de a pessoa em causa estar
completamente apanhada pelo sistema criminal.
Para quem diz que a finalidade das
penas é a ressocialização dos reclusos, há aqui matéria para reflexão. Para
quem diz que não há pena de prisão perpétua em Portugal também. Comparem-se
as datas e apreciem-se as posições do queixoso, transmitida pela
ACED,
a apreciação da
entidade inspectiva da informação recebida das
autoridades carcerárias.
Constantino Dias Oliveira luta contra a prisão perpétua
de facto em Portugal
Não é caso único. E mostra com a
justiça pode ser manifestamente injusta. E como a indiferença dos bons
pode ser pior que a perversidade dos maus.
Constantino está preso há 11 anos por
ter sido condenado por vários crimes contra o património. Apesar da sua
luta, com a qual a ACED colaborará na medida das suas parcas possibilidades
- é para isso que a associação existe - um juiz do Tribunal de Execução de
Penas terá admitido considerar o "meio da pena" de uma prisão de mais de
meio século. Produzida somando aritmeticamente as penas, com um contabilista
mal informado.
Os atropelos aos direitos de
Constantino por órgãos judiciais são pesados e ele conta-os à ACED, para
efeito de sensibilidade dos mais altos responsáveis do país, mas também para
informação e reflexão públicas. A nossa tarefa é simples: proceder à
divulgação da sua história, como ele a vê, e apresentar os argumentos que
juntou para se defender e se libertar de uma teia judicial que merece
repúdio geral mas acção muito reduzida, ou, pelo menos, manifestamente
insuficiente.
-
carta divulgada às autoridades em Agosto de 2012
- carta
apresentada à
ACED em Agosto de 2013
-
argumentação
doutrinal sobre a situação
- apresentação dos
factos ilegais
cometidos pelos tribunais