|
Estado da arteO estado de espírito é como o colesterol: há o positivo e há o negativo.
Textos fundadores:
Texto legitimador:
Texto epistemológico:
Textos de concretização de hipóteses de elementos da tabela periódica de estados de espírito:
Espírito de Proibir, ensaio escrito em 2003/4
Espírito de submissão, monografia escrita em 2005/6
Sociologia da Instabilidade, livro didáctico escrito em 2006/7.
Espírito Marginal, estudo de casos escrito em 2008/2009.
A experiência portuguesa da violência política armada à luz da teoria dos estados de espírito dissertação de mestrado de Instituições e Justiça Social, Gestão e Desenvolvimento de João Camacho, 2008. A posição de Empresários Perante a Justiça: Espírito de Resignação, dissertação de mestrado de Sociologia e Planeamento de Joana Morais Semedo 2008. Amores e dissabores – ensaio sobre o estado-de-espírito revivalista, tese de licenciatura do quinto ano do curso de Sociologia do ISCTE de Mário António Gomes Caeiro, 2006. Definições: estados de espírito 01: modos de articulação, aprendidos ou inovadores, fixado entre as partes - pessoas, organizações, instituições e as diferentes dimensões naturais, ambientais - que produzem conjunturas e estruturas emocionais e energéticas, mais ou menos elevadas, mais ou menos prolongadas. estado-de-espírito 02: pode ser caracterizado pelos hábitos, razões e disposições que mobiliza, uns mais impositivos, fugazes, conscientes e influentes que outros; "Estados-de-espírito são sistemas de disposições alternativos e abstractos, ao mesmo tempo independentes e imanentes de pessoas, povoações e instituições (com os seus hábitos sociais particulares) adoptáveis temporariamente por qualquer dessas instâncias sociais, conscientemente ou não, intencionalmente ou não, em associação com sistemas de razões mais ou menos desenvolvidas, sólidas e abertas a novos desenvolvimentos." no capítulo 3 de Espírito Proibicionista. Ver mais AQUI
Operadores de estados de espírito: "Os estados-de-espírito são produtos históricos, estabilizados e identificados socialmente através de técnicas de interiorização – memória, treino, ensino, demonstração, jogos, ritualização – e de difusão – artes, comunicação social e política fundamentalmente – muito variadas. Em condições de modernidade, a sensação de aceleração da vida pessoal e social decorre do facto de se gastar muito tempo nas mudanças de estados-de-espírito necessárias para cumprir com os diversos papeis a que as pessoas activas se sentem obrigadas. No outro extremo da vida social, onde não estão socialmente controladas as mudanças de estados-de-espírito vividas por pessoas e grupos ditos excluídos, sofrem da sensação de que o tempo está parado para eles, por não conseguirem nem valorizar os estados-de-espírito que vivenciam, nem experimentar estados-de-espírito socialmente valorizados. A mobilização e desmobilização de estados-de-espírito de acordo com as circunstâncias depende de mecanismos bio-sociais, a que se pode chamar operadores de estados-de-espírito. São emoções que servem tal finalidade." em "As modernas formas elementares de vida – temporalidades contraditórias" (aguarda publicação)
"O conhecimento humano é, portanto, uma das formas de canalizar e fixar estados-de-espírito em função do meio, em função das aprendizagens adquiridas, para organizar as complexas e dispersivas interacções corpo-mente-relações-sociais de certa maneira." em "A culpa e os operadores de estados-de-espírito"
espírito proibicionista: "Tipicamente conservador, o espírito proibicionista tem dos sistemas de razões normativos uma concepção dogmática e eventualmente convicta. Mas é precisamente neste aspecto que o estado-de-espírito referido é mais frágil. A superação dessa fragilidade, dada a natureza proibicionista, não é feita de outro modo que não seja reforçando o fechamento de tipo autista em torno de um inquestionado sistema formal de razões, sem olhar outras disposições senão aquelas que estejam cristalizadas nos seus próprios hábitos, que por sua vez tendem a reproduzir as causas das fragilidades que se queriam evitar. (...) O espírito proibicionista concebe o meio social como transparente aos recursos jurídicos, que se dirigem imediatamente ao indivíduo, e faz da sua eficácia relativa um cálculo simples e uma experiência maximalista." no capítulo 5 de Espírito Proibicionista. Ver mais AQUI espírito de submissão: "espírito de submissão é um dos estado-de-espírito mais simples que os seres humanos experimentam, desde logo enquanto crianças face aos progenitores e adultos em geral, como em relação aos mais velhos e também às instituições. (...) Submissão aos segredos sociais vigentes, que incluem tipicamente os mundos do trabalho clandestino, do crime e da prisão. Mas não só: também incluem os sistemas de dependência hierárquica generalizada das mulheres, cujo direito de parentalidade pode ser sobretudo um dever social, quantas vezes mantido à custa de subserviências que se trocam pela pobreza e a miséria muito provável, quando não há redes sociais de apoio para sustentar os custos da reprodução social. Espírito de submissão é o que nos encanta irresistivelmente, visceralmente, no comportamento canino e das crianças. (...) Do sucesso da aplicação das funções bio-sociais básicas, entre as quais o espírito de submissão, dependeu o sucesso biológico dos seres vivos que a experimentaram. (...) O que nos lembra, por formação profissional, a noção durkheimiana de sociedade apresentada na sua obra sobre a divisão de trabalho social" no capítulo 16 de Espírito de Submissão. espírito revivalista: Este estado-de-espírito conjuga uma relação de fixação (Giddens), a construção de segurança ontológica e a codependência (ainda Giddens). "Os agentes que corporizam o espírito revivalista demonstram afinidades cpm o padrão de morbidez que Giddens expõe, isto é, inclinam-se para a construção de uma trama baseada na procura e manutenção de sentimentos de segurança ontológica aparentemente ausentes na sua vida social" (fim do capítulo 3) "O espírito revivalista tende a enaltecer e a atribuir estatuto de essencialidade a determinados objectos, relações sociais ou valores. Há um movimento centrípeto, como que uma espécie de orientação para a solidificação de universos imaginados e alicerçados no passado" mítico "Estas disposições produzem práticas de opressão associadas a sistemas de razões fundadas numa moral considerada legítima e natural (...)" (cap. 5 de Amores e Dissabores).
espírito marginal: "As trocas de mulheres foram identificadas pelos antropólogos como uma das práticas sociais mais recorrentes. Por elas se estabelecem alianças sociais e se maximizam as oportunidades de reprodução. Esse facto basilar não pode deixar de ter implicações nas experiências conviviais, na construção das identidades sociais e pessoais dos diversos membros da sociedade e nas instituições. Quem negocia as alianças e as oportunidades de reprodução da sociedade é mais central do que quem esteja dependente de decisões alheias para o mesmo efeito. Quem o faz fá-lo-á em melhores condições se dispuser de distância suficiente relativamente às emoções próprias de quem perspectiva um mudar de vida e de algum conhecimento sobre o que isso implica. Antes de se ter a oportunidade de experimentar a condição de centralidade social, portanto, quem assume a responsabilidade central da organização da reprodução social sociedade já experimentou, a seu tempo, a condição de marginal, de quem a vida é objecto de negócio de terceiros." (capítulo final de Espírito Marginal).
Figura 1. espaço analítico que relaciona e distingue controlo, exclusão e justiça social.
Consoante o estado de espírito socialmente dominante, cf Jock Young (1999) The Eclusive Society, Sage, consoante de deve privilegiar a leitura do esquema no sentido dos ponteiros do relógio ou ao inverso.
Figura 2. Cobertura dos estudos empíricos já realizados e o espaço analítico que relaciona e distingue controlo, exclusão e justiça social. Figura 3. Análise das violências Para uma análise, pela negativa, dos instintos de violência (ver Michel Wieviorka, La violence)
Figura 4. Direito à palavra
|
||||||||||||