Escola Para Além das Ciências Sociais "É precisamente porque essa nova impotência é tão profundamente vivida, só dificilmente se exprime" Ivan Illich
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Encontros na Universidade À PROCURA DA OPOSIÇÃO AO STATUS QUO A igualdade (APDores, 2018)
O império moderno, duplamente ameaçado pelas necessidades práticas de reconhecimento da liberdade (de movimentos comerciais e, portanto pessoais) e da igualdade entre humanos (face aos riscos de sobrevivência, evidente para os proletários do século XIX, expulsos dos campos e da sua relação directa com a natureza) adoptou o capitalismo e o socialismo.
O império usou a esperança capitalista (da abundância ilimitada) e no socialismo (comunidade humana independente do meio ambiente) para reproduzir conotações de género que sejam articuláveis com a legitimação dos processos de hierarquização, em particular o mérito produtivo "objectivamente" avaliado (por meio do sistema financeiro) e sempre mais exigente, à medida que novos níveis de produtividade vão sendo atingidos (e a queda da taxa de lucro se realiza).
A liberdade de circulação de mercadorias e capitais - vencedora ideológica da Guerra Fria - não se aplica às pessoas (em parte porque estas são conotadas de forma diferente e desqualificam os imigrantes-pobres-trabalhadores-terroristas). A igualdade (ontológica entre as pessoas e entre a humanidade e a Terra) reduzida à igualdade económica trabalhista (medida em salários compatíveis com as competências de cada um) tornou-se um estigma, com a implosão da União Soviética.
Por essa frecha ideológica, os nacionalistas (para quem a natureza é sua, dentro de fronteiras) renasceram imaginando-se a combater, ao mesmo tempo, o capitalismo e o socialismo, em nome do retorno da barbárie mas cercada por fronteiras - como no tempo dos Romanos.
As elites , com o projecto de globalização finado, não se opõem ao revivalismo nazi-fascista, pois estes servem (temporariamente) para reproduzir na cabeça das pessoas e nas instituições a lógica imperial, a justificação dos privilégios em modernidade.
Elites e nacionalistas têm por inimigos a liberdade de circulação das pessoas e a percepção da vantagem da igualdade básica para todos.
O rendimento básico incondicional (RBI), se servir a finalidade de se contrapor à organização imperial, nomeadamente se se autonomizar dos controlos estatais, é um instrumento automático de prevenção de grande parte dos problemas sociais de todo o tipo e de financiamento de experiências de vida de acordo com os desejos espontaneos das pessoas, assim com a oportunidade de sobreviver sem medo de humilhações socialmente organizadas contra os "falhados".
A campanha política a favor do RBI ou é conduzida pela abolição do uso político do espírito de retaliação ou, imbuída dos moralismos actualmente associados ao dinheiro e ao rendimento, é submetida a políticas assistencialistas de reprodução da miséria, isto é, a base social de sustentação da legitimidade do império e dos estados nacionais. 1 Out - Apresentação - a crítica da crítica 8 Out - O fundamental - a interpretação 15 Out - A teoria - o império 22 Out - A inspiração - a permacultura
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