Escola Para Além das Ciências Sociais "É precisamente porque essa nova impotência é tão profundamente vivida, só dificilmente se exprime" Ivan Illich
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Encontros na Universidade À PROCURA DA OPOSIÇÃO AO STATUS QUO O Império (APDores, 2018)
Há pelo menos três modos de organização social: o comunista, o hierárquico e o mercado (David Graeber). A institucionalização de uma lógica de organização social, como o império, é muito dificil. Há toda a espécie de movimentos sociais a reclamar liberdade, igualdade, fraternidade, direitos humanos, que se opõem aos impérios.
A história mostra como os impérios têm brotado, nos últimos milénios. A esperança da globalização era que fosse capaz de se constituir no último dos impérios: o império de toda a humanidade.
Para compreender o que é o império é preciso romper com a ideia de que o capitalismo criou o império. Porque é obviamente falsa: mais uma criação das ciências sociais. O império utiliza seja o que estiver à sua disposição, militares, engenheiros, financeiros, burocratas, etc., para realizar os seus objectivos, na prática, sem ser visivel, sem ser atingível, sem ser sacrificável, como se tornou Cristo.
O império, segundo a fé cristã, deve proporcionar ao povo prometido, à elite, um paraíso na Terra, isto é, a disponibilidade infinita de recursos que Deus teria deixado à disposição para quem quisesse puder brincar. O império é uma estrutura básica de sonho elitista e messiânico. Especialmente útil, psicologicamente, quando uma elite teme pela decadência do seu poder.
O império labora sobre as distinções de género de pessoas que podem ser arquitectadas de forma elusiva pela manipulação intencional, criativa, da linguagem, dos nomes e das respectivas conotações. Tais exercícios, mostra a experiência, servem de robustos suportes para a organização de hierarquizações perenes, elites naturalizadas.
Às elites cabe, além de acumular privilégios e distinções, produzir obra, distracções populares, satisfação das necessidades básicas e reprimir quaiquer ambições de melhor vida por parte das populações. A divisão das sociedades em grupos distintos entre si no acesso aos recursos proporciona, por um lado, problemas sociais acrescidos, mas, por outro lado, relativismo capaz de encobrir a artificialidade da superioridade das elites. 1 Out - Apresentação - a crítica da crítica 8 Out - O fundamental - a interpretação
22 Out - A inspiração - a permacultura 29 Out - A ideologia - a igualdade
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